Somos uma entidade sem fins lucrativos com o objetivo central de promover e expandir a cultura na cidade de Cubatão, através do estímulo à literatura, artes cênicas, audiovisual, música e dança.
Pensamento
"A poesia não é mais do que a memória de nossa pureza original". (Tristão de Ataíde)
Perfil do poeta Leonardo Só
Leonardo Firmino dos Santos é natural de Pombal no sertão da Paraíba. Aos 14 anos foi morar em Fortaleza, capital do Ceará, e desde os anos 1980 reside em Cubatão no estado de São Paulo. Seu primeiro contato com a poesia foi meio de manifestações populares: leituras de cordel, reisado e etc. Em Fortaleza tem o seu primeiro contato com os poetas urbanos e começou a escrever suas primeiras poesias e participou de uma coletânea com outros poetas.
Na cidade de Cubatão é membro da Sociedade Amigos da Biblioteca – SAB e foi finalista do “Mapa Cultural” promovido pela Secretaria de Cultura do estado em 2008 com o texto Poema do Adeus. Leonardo Só (de branco na foto), seu codinome, é também contista.
Poemas:
“Poema do Adeus”
Então, ficamos assim:
eu esqueço de você
e você esquece de mim.
Você deixa a chave,
eu fecho a porta.
A saudade bate,
o amor acorda.
Na cozinha, pego um copo
e bebo o gosto da tua boca.
Na sala, ponho uma música
e danço sozinho.
Limpo a vidraça
e vejo quando o teu vulto passa:
expurgo o desejo que o meu corpo cospe!
“Cena”
Da beira do balcão
O homem olhou direto
Na cara do freguês
Sentiu o frio da arma
Em sua mão franzina
Ele era honrado
De uma clara honradez
E tudo que decidiu
Ele fez
“Os madrugadores”
Os bares servem cachaça e torresmo
Aos homens da madrugada
A pressa não é um vício noturno,
E nada adianta o pestanejar das horas,
O lixo das ruas vence as regras do cinismo
No perpétuo sudário da coleta.
Os homens da madrugada,
Com seus olhos de brilho morno,
Nunca têm a rota do último turno...
Muitas são as rampas de papel
E as cuspidas selando cada dejeto,
No rosto o declive de rugas franzidas
Por onde vai ficar uma trilha torta e morta...
Mas pouco importa
A manhã para os lixeiros:
É sempre a terra do sono
E do sonho imaginário!
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