Pensamento

"A poesia não é mais do que a memória de nossa pureza original". (Tristão de Ataíde)

19 de junho de 2010

José de Sousa Saramago – *16/11/1922 a +18/06/2010

           José de Sousa Saramago (Azinhaga, Golegã, 16 de Novembro de 1922 — Lanzarote, 18 de Junho de 2010) foi um escritor, argumentista, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português. Foi galardoado (premiado) com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Saramago foi considerado o responsável pelo efectivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa. O seu livro Ensaio Sobre a Cegueira foi adaptado para o cinema e lançado em 2008, produzido no Japão, Brasil e Canadá, dirigido por Fernando Meirelles (realizador de O Jardineiro Fiel e Cidade de Deus). Em 2010 o realizador português António Ferreira adapta um conto retirado do livro Objecto Quase, conto esse que viria dar nome ao filme Embargo, uma produção portuguesa em co-produção com o Brasil e Espanha.
            Nasceu na província do Ribatejo, no dia 16 de Novembro, embora o registo oficial apresente o dia 18 como o do seu nascimento. Saramago, conhecido pelo seu ateísmo e iberismo, foi membro do Partido Comunista Português e foi director do Diário de Notícias. Juntamente com Luiz Francisco Rebello, Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC). Casado com a espanhola Pilar del Río, Saramago viveu na ilha espanhola de Lanzarote, nas Ilhas Canárias.

Biografia

              Saramago nasceu em Azinhaga, no Ribatejo, de uma família de pais e avós pobres. A vida simples, passada em grande parte em Lisboa, para onde a família se muda em 1924 – era um menino de apenas dois anos de idade – impede-o de entrar na universidade, apesar do gosto que demonstra desde cedo pelos estudos. Para garantir o seu sustento, formou-se numa escola técnica. O seu primeiro emprego foi serralheiro mecânico. Entretanto, fascinado pelos livros, à noite visitava com grande frequência a Biblioteca Municipal Central - Palácio Galveias na capital portuguesa.
             Autodidata, aos 25 anos publica o primeiro romance Terra do Pecado (1947), mesmo ano de nascimento da sua filha, Violante, fruto do primeiro casamento com Ilda Reis – com quem se casou em 1944 e permaneceu até 1970 - nessa época, Saramago era funcionário público; em 1988, casar-se-ia com a jornalista e tradutora espanhola María del Pilar del Río Sánchez, que conheceu em 1986, ao lado da qual continuou a viver até sua morte. Em 1955, começou a fazer traduções para aumentar os rendimentos – Hegel, Tolstói e Baudelaire, entre outros autores aos quais se dedicou.
              Depois de Terra do Pecado, Saramago apresentou ao seu editor o livro Clarabóia, que depois de rejeitado, permanece inédito até a data de hoje, sendo que depois disso, o mesmo persiste nos esforços literários e dezenove anos depois – então funcionário da Editorial Estudos Cor - troca a prosa pela poesia lançando Os Poemas Possíveis. Num espaço de cinco anos, depois, publica sem alarde mais dois livros de poesia, Provavelmente Alegria (1970) e O Ano de 1993 (1975). É quando troca também de emprego, abandonando a Estudos Cor para trabalhar no Diário de Notícias, depois no Diário de Lisboa.
              Em 1975, retorna ao Diário de Notícias como director-adjunto, onde permanece por dez meses, até 25 de Novembro do mesmo ano, quando os militares portugueses intervêm na publicação (reagindo ao que consideravam os excessos da Revolução dos Cravos) demitindo vários funcionários. Demitido, Saramago resolve dedicar-se apenas à literatura, substituindo de vez o jornalista pelo ficcionista: Estava à espera de que as pedras do puzzle do destino – supondo-se que haja destino, não creio que haja – se organizassem.
              É preciso que cada um de nós ponha a sua própria pedra, e a que eu pus foi esta: "Não vou procurar trabalho", disse Saramago em entrevista à revista Playboy, em 1988.  Da experiência vivida nos jornais, restaram quatro crónicas: Deste Mundo e do Outro, 1971, A Bagagem do Viajante, 1973, As Opiniões que o DL Teve, 1974 e Os Apontamentos, 1976. Mas não são as crónicas, nem os contos, nem o teatro os responsáveis por fazer de Saramago um dos autores portugueses de maior destaque - missão reservada a seus romances, género a que retorna em 1977.
              Três décadas depois de publicado Terra do Pecado, Saramago retornou ao mundo da prosa ficcional com Manual de Pintura e Caligrafia. Mas, ainda não foi aí que o autor definiu o seu estilo. As marcas características do estilo saramaguiano só apareceriam com Levantado do Chão (1980), livro no qual o autor retrata a vida de privações da população pobre do Alentejo.
              Dois anos depois de Levantado do Chão (1982) surge o trabalho Memorial do Convento, livro que conquista definitivamente a atenção de leitores e críticos. Nele, Saramago misturou factos reais com personagens inventados: o rei D. João V e Bartolomeu de Gusmão, com a misteriosa Blimunda e o operário Baltazar, por exemplo. De 1980 a 1991, o autor trouxe a lume mais quatro romances que remetem a fatos da realidade material, problematizando a interpretação da "história" oficial: O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984) - sobre as andanças do heterónimo de Fernando Pessoa por Lisboa; A Jangada de Pedra (1986) - quando a Península Ibérica solta-se do resto da Europa e navega pelo Atlântico; História do Cerco de Lisboa (1989) - onde um revisor é tentado a introduzir um "não" no texto histórico que corrige, mudando-lhe o sentido; e O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991) - onde Saramago reescreve o livro sagrado sob a óptica de um Cristo humanizado (sendo esta a sua obra mais controvertida).
               Nos anos seguintes, entre 1995 e 2005, Saramago publicou mais seis romances, dando início a uma nova fase em que os enredos não se desenrolam mais em locais ou épocas determinados e personagens dos anais da história se ausentam: Ensaio Sobre a Cegueira (1995); Todos os Nomes (1997); A Caverna (2001); O Homem Duplicado (2002); Ensaio Sobre a Lucidez (2004); e As Intermitências da Morte (2005). Nessa fase, Saramago penetrou de maneira mais investigadora os caminhos da sociedade contemporânea. O mesmo faleceu no dia 18 de Junho de 2010, aos 87 anos de idade, na sua casa em Lanzarote onde residia com a mulher Pilar del Rio, vítima de leucemia crónica. O escritor estava doente há algum tempo e o seu estado de saúde agravou-se na sua última semana de vida.

Obra

              Saramago foi conhecido por utilizar frases e períodos compridos, usando a pontuação de uma maneira não convencional. Os diálogos das personagens são inseridos nos próprios parágrafos que os antecedem, de forma que não existem travessões nos seus livros: este tipo de marcação das falas propicia uma forte sensação de fluxo de consciência, a ponto do leitor chegar a confundir-se se um certo diálogo foi real ou apenas um pensamento. Muitas das suas frases (i.e. orações) ocupam mais de uma página, usando vírgulas onde a maioria dos escritores usaria pontos finais. Da mesma forma, muitos dos seus parágrafos ocupariam capítulos inteiros de outros autores. Apesar disso o seu estilo não torna a leitura mais difícil, se os seus leitores se habituarem facilmente ao seu ritmo próprio.

Obras publicadas

Romances

• Terra do Pecado, 1947

• Manual de Pintura e Caligrafia, 1977

• Levantado do Chão, 1980

• Memorial do Convento, 1982

• O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984

• A Jangada de Pedra, 1986

• História do Cerco de Lisboa, 1989

• O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1991

• Ensaio Sobre a Cegueira, 1995

• Todos os Nomes, 1997

• A Caverna, 2000

• O Homem Duplicado,2002

• Ensaio Sobre a Lucidez, 2004

• As Intermitências da Morte, 2005

• A Viagem do Elefante, 2008

• Caim, 2009

Poemas

• Os Poemas Possíveis, 1966

• Provavelmente Alegria, 1970

• O Ano de 1993, 1975


Peças teatrais

• A Noite

• Que Farei com Este Livro?

• A Segunda Vida de Francisco de Assis

• In Nomine Dei

• Don Giovanni ou O Dissoluto Absolvido

Crônicas

• Deste Mundo e do Outro, 1971

• A Bagagem do Viajante, 1973

• As Opiniões que o DL Teve, 1974

• Os Apontamentos, 1977

Contos

• Objecto Quase, 1978

• Poética dos Cinco Sentidos - O Ouvido, 1979

• O Conto da Ilha Desconhecida, 1997

Diário e Memórias

• Cadernos de Lanzarote (I-V), 1994

• As Pequenas Memórias, 2006

Viagens

Viagem a Portugal, 1981

Infantil

A Maior Flor do Mundo, 2001



Premiações

De entre as premiações destacam-se o Prémio Camões (1995) - distinção máxima oferecida aos escritores de língua portuguesa; o Nobel de Literatura (1998) - o primeiro concedido a um escritor de língua portuguesa.

Polêmicas

A carreira de Saramago foi acompanhada de diversas polémicas. As suas opiniões pessoais sobre religião ou sobre a luta internacional contra o terrorismo são discutidas e algumas resultam mesmo em acusações de diversos quadrantes.

Críticas a Israel e acusações de anti-semitismo

Um caso que tem tido alguma repercussão relacionou-se com a posição crítica do autor em relação à posição de Israel no conflito contra os palestinianos. Por exemplo, a 13 de Outubro de 2003, numa visita a São Paulo, em entrevista ao jornal O Globo, afirmou que os Judeus não merecem a simpatia pelo sofrimento por que passaram durante o Holocausto. Vivendo sob as trevas do Holocausto e esperando ser perdoados por tudo o que fazem em nome do que eles sofreram parece-me ser abusivo. Eles não aprenderam nada com o sofrimento dos seus pais e avós. A Anti-Defamation League (ADL) (Liga Anti-Difamação), um grupo judaico de defesa dos direitos civis, caracterizou estes comentários como sendo anti-semitas. Segundo as palavras de Abraham Foxman, director da ADL, "os comentários de José Saramago são incendiários, profundamente ofensivos e mostram uma ignorância destes assuntos, o que sugere um preconceito contra os Judeus".Em defesa de Saramago, diversos autores afirmam que ele não se insurgiu contra os judeus, mas contra a política de Israel, como, por exemplo, num artigo publicado a 3 de Maio de 2002 no jornal Público, onde, comparando o actual conflito com a cena bíblica de David e Golias, o autor diz que David, representando Israel, "se tornou num novo Golias" e que aquele "lírico David que cantava loas a Betsabé, encarnado agora na figura gargantuesca de um criminoso de guerra chamado Ariel Sharon, lança a "poética" mensagem de que primeiro é necessário esmagar os palestinianos para depois negociar com o que deles restar".

Fonte: Wikipédia - Site Oficial: http://www.josesaramago.org/

17 de junho de 2010

Programa Petrobras Cultural 2010 abre inscrições

             A Petrobras, em parceria com o Ministério da Cultura, anunciou hoje (11/6), em Salvador, a abertura de inscrições para a edição 2010 do Programa Petrobras Cultural (PPC). O programa tem verba total de R$ 61,2 milhões, destinada à seleção pública de projetos em 19 áreas culturais, dentro das três linhas de atuação do PPC: Formação; Preservação e Memória; e Produção e Difusão. O lançamento foi realizado no Forte de Santo Antônio Além do Carmo (Forte da Capoeira), com a presença do ministro da Cultura, Juca Ferreira; do governador da Bahia, Jaques Wagner; e do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo.
            Das 19 áreas do programa, três seguiram cronograma diferenciado e já tiveram suas seleções concluídas (festivais de música, festivais de cinema e difusão de longa-metragem em salas de cinema). Os projetos contemplados foram anunciados no início do ano, com recursos totais de R$ 9 milhões. Para as 16 áreas de seleção que estão com inscrições abertas serão destinados R$ 52,2 milhões. Os incentivos abrangem desde projetos de pesquisa artística até projetos de distribuição de bens culturais. Podem inscrever-se projetos destinados à recuperação e digitalização de acervos, à manutenção de grupos e companhias de artes cênicas, à produção de filmes, a eventos de cultura digital e artes eletrônicas, à gravação de CDs, a turnês de shows e concertos, entre outros. A política de patrocínios da Petrobras está estruturada em programas contínuos que definem as estratégias e as prioridades de atuação da empresa nas áreas cultural, social e ambiental. No patrocínio à cultura, o Programa Petrobras Cultural lança anualmente novas seleções públicas de projetos para diversas áreas, com divulgação nacional.
           Criado em 2003, o PPC baliza as ações de patrocínio da Petrobras em torno de uma política cultural de alcance social e de afirmação da identidade brasileira. Desde sua primeira edição, as seleções públicas já destinaram, por meio da Lei Rouanet, R$ 250 milhões a mais de mil projetos em todos os estados do país.
As comissões de seleção do PPC são formadas por profissionais que atuam diretamente nos setores da cultura contemplados pelo programa, incluindo realizadores, pesquisadores, jornalistas, críticos, curadores, acadêmicos, editores, entre outros. A composição das comissões, renovada a cada ano, busca atender à maior diversidade possível de perfis para o julgamento dos projetos, que são selecionados por seu mérito qualitativo. Nesta edição do PPC, as comissões reuniram 60 profissionais.

As inscrições para o Programa Petrobras Cultural podem ser feitas pelo site www.petrobras.com.br/ppc.

Os editais do PPC estão divididos da seguinte forma:

FORMAÇÃO

Formação e Educação para as Artes – R$ 2 milhões

Valor máximo por projeto:

Educação para as artes: ações e materiais – R$ 300 mil

PRESERVAÇÃO E MEMÓRIA

Memória das Artes e Apoio a Museus, Arquivos e Bibliotecas – R$ 7 milhões

Valor máximo por projeto:

Memória das artes – R$ 500 mil

Apoio a museus, arquivos e bibliotecas – R$ 700 mil

PRODUÇÃO E DIFUSÃO

Artes Cênicas – R$ 14,6 milhões

Valores máximos por projeto:


- Teatro e dança – R$ 1,4 milhão, R$ 1 milhão ou R$ 600 mil (para os dois anos)


- Circo – R$ 800 mil, R$ 400 mil ou R$ 200 mil (para os dois anos)


- Audiovisual – R$ 21,2 milhões


Valores máximos por projeto:

Produção de longa-metragem em 35 mm – R$ 1,5 milhão, R$ 1 milhão,

R$ 800 mil ou R$ 600 mil (conforme os critérios do regulamento)

Produção de curta-metragem em 35 mm – R$ 80 mil

Produção de longa-metragem digital – R$ 600 mil

Produção de curta-metragem digital – R$ 60 mil



Cultura Digital – R$ 2,2 milhões

Valor máximo por projeto:

Apoio a websites – R$ 150 mil

Eventos de artes eletrônicas e cultura digital – R$ 200 mil



Literatura – R$ 810 mil

Criação literária: ficção e poesia – produção de uma obra inédita de ficção e/ou de poesia, com inteira liberdade de formas e gêneros.

Valor máximo por projeto: R$ 54 mil



Música – R$ 4,4 milhões

Valor máximo por projeto:

Turnês de shows/concertos – R$ 400 mil

Gravação de CD – R$ 200 mil

Gravação para disponibilização pela internet – R$ 50 mil

Fonte: someca2008socios someca

8 de junho de 2010

Casa do Poeta participará do I Sarau de Santo Antônio no Mercado Municipal em Santos


                O grupo de poetas da S.A.B que integra a Casa do Poeta de Cubatão estará participando no próximo dia 12 de junho (Dia dos Namorados) às 10 h do I Sarau de Santo Antonio no Mercado Municipal de Santos. O evento que terá início na sexta-feira (veja programação abaixo) contará com além da Casa do Poeta de Cubatão, com várias atrações como Coral Maturessência da Universidade Católica de Santos, o Grupo de Dança de Salão Cida Rodrigues, os Grupos Dança e Balanço e Desfile a Moda Antiga do CECON - Centro de Convivência Vida Nova e o Grupo Poetas Vivos. O Sarau é promovido pelos antiquários instalados no piso superior do Mercado Municipal de Santos com o apoio do Departamento da Administração Região Central Histórica / SESERP - PMS. Para cerimônia de abertura e homenagem a Santo Antônio os antiquários estão preparando um altar especial, onde pães serão abençoados pelo Frei do Santuário Santo Antônio do Valongo e distribuídos ao público presente. Será aceita contribuição voluntária de 1 Kg de alimento não perecível para a Igreja do Valongo.


PROGRAMAÇÃO

I Sarau de Santo Antonio – Mercado de Antiguidades.

Local: Mercado Municipal de Santos - Praça Iguatemi Martins s/nº - Vila Nova.

Dia 11/06 – Sexta-Feira

10h00

- Abertura Oficial do Mercado de Antiguidades no piso superior do

Mercado Municipal de Santos, com o apoio da RCH / SESERP;

- Saudações e agradecimentos;

- Homenagem a Santo Antonio em altar montado pelos antiquários, benção

do Frei do Santuário Santo Antônio do Valongo e distribuição de pães;

11h00

- Coral Maturessência da Universidade Católica de Santos, Regente

Sandra Diogo Moço.

12h00

- Intervalo – Música ambiente

14 às 18h00

- Grupo Dança de Salão Cida Rodrigues aberto ao público

Dia 12/06 – Sábado

10h00

- Grupo da Casa do Poeta de Cubatão

11h00

- Bolero com o Grupo Dança e Balanço do CECON - Centro de Convivência Vida Nova

11h30

- Desfile a Moda Antiga com Grupo de Senhoras do CECON

12h00

- Intervalo – Música ambiente

13h00

- Correio Elegante / Declare seu amor, com a participação de André Alba

14h00

- Grupo de Dança de Salão Cida Rodrigues aberto ao público

17h00

- Grupo Poetas Vivos