Pensamento

"A poesia não é mais do que a memória de nossa pureza original". (Tristão de Ataíde)

21 de janeiro de 2011

Márcia Denser - A favorita de Paulo Francis

              Herdeira literária de Oswald de Andrade e Hilda Hilst, a escritora Márcia Denser tornou-se célebre nos anos 1970/80 após o lançamento de "Diana Caçadora" e "Tango Fantasma". Os dois livros lhe renderam os rótulos que hoje ela mesma define como bobagens: musa dark da literatura e escritora favorita de Paulo Francis.  A escritora paulistana, com trinta anos de carreira e uma das melhores fortunas críticas do país (era a preferida de Paulo Francis) – o que equivale a não fazer nenhum ponto na loteria esportiva! –, vem aproveitando sua coluna no Congresso em Foco para mostrar sua insatisfação contra o conservadorismo e o marasmo que, segundo ela, tomaram conta da vida intelectual brasileira nos últimos anos. Não há flagrante porque a sintática de Denser é brilhante, psicodélica, terrível e, ao mesmo tempo, delicada e triste. Não é aí que a polícia do pensamento conservador encontrará algum ilícito. Está tudo na mente, na história, ou, como prefere Denser, no corpo da linguagem.


               Nas histórias de devassidão, amores traídos, bebedeiras, estranhos jogos de sedução, desesperadas reflexões existenciais, construção e desconstrução de personagens – aí mora o crime. Aí encontrar-se-á aquela fundamental subversão, raiz de todo humanismo verdadeiro, que é sempre rebelde e fora-da-lei, visto que sua ética e justiça não podem ser aprisionadas em nenhuma carta constitucional.

Fonte: Publicado originalmente por Miguel do Rosário em 16/07/2007 - http://portalliteral.terra.com.br/artigos/o-humanismo-fora-da-lei-de- enviado por Natan de Alencar

Um comentário:

  1. Márcia :
    Você é maravilhosa na redacção das suas matérias.
    Através da Nilza Amaral tomo conhecimento de algumas delas que me envia para publicação no site www.aresemares.com
    Gostaria de entrar em contato consigo, mas não tenho o seu endereço electrónico.
    Pode fornecer-me o seu ?
    Obrigado pela sua atenção e cordiais saudações lusófonas
    Armando Ribeiro

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